sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quando mais nada resistir que valha

A pena de viver e a dor de amar

E quando nada mais interessar

(Nem o torpor do sono que se espalha)



Quando pelo desuso da navalha

A barba livremente caminhar

E até Deus em silêncio se afastar

Deixando-te sozinho na batalha



A arquitetar na sombra a despedida

Deste mundo que te foi contraditório

Lembra-te que afinal te resta a vida


Com tudo que é insolvente e provisório

E de que ainda tens uma saída

Entrar no acaso e amar o transitório.


Carlos Pena Filho

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