segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Gosto de viver na obscuridade, no sentido material como no moral

- o homem de visão não goza de liberdade -, eu me exercito em

ver no escuro. Geralmente a luz parece grosseira, agressiva,

algumas vezes cruel. A noite brilha como um diamente negro,

reluz por dentro. Meu corpo de sombra sabe avaliar as sombras,

desliza entre elas, entre o silêncio delas, dir-se-ia que as conhece.

Podemos fazer quase tudo sem luz, salvo escrever.

Viver se satisfaz com penumbras, ler exige claridade.




MICHEL SERRES

Nenhum comentário:

Postar um comentário