terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Então acordo de dentro e, lembrando, fico

de lado. E ouço correr, levando


grandiosos lenços contra a noite com estrelas


batendo nas patas


como magnólias pensando, abertas, correndo.


Ouço de lado: é o som. São elas, lembrando


de lado, com as patas


no meio das letras, o rosto sufocado


correndo pelas portas grandiosas, as crinas


brancas batendo.


E eu ouço: é o som delas


com as patas negras, com as magnólias negras


contra a noite.



Correndo, lembrando, batendo.




HERBERTO HELDER




Nenhum comentário:

Postar um comentário