quarta-feira, 6 de abril de 2011

Já somos o esquecimento que seremos,
A poeira elementar que nos ignora,
Que não foi Adão e que é agora
Todos os homens.
Somos apenas duas metades:
A do princípio e a do término.
Não sou o insensato que se aferra
Ao mágico som de seu próprio nome.
Penso com esperança naquele homem que
Não saberá o que fui sobre a terra.
Abaixo do indiferente azul do céu,
Esta meditação é um consolo.



(JORGE LUÍS BORGES)

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