"Roland Barthes diz que o horror não está na fotografia, mas no fato da
gente observá-la. Barthes dizia que existe uma facilidade
muito grande numa imagem choque se tornar clichê e, portanto, ineficiente.
As imagens choque ou sensacionalista são recebidas ou percebidas de uma forma discutível, ou seja,
como se ao falarmos de guerras, conflitos e dores, estaríamos entendendo
que estas imagens são registros puros sem a menor estética ou olhar de um fotógrafo.
E aí que a imagem se transforma em clichê, ou como dizia Barthes, uma mensagem sem código.
Não existe estética sem conteúdo e nem o contrário.
Um fotógrafo que se preocupa só com um lado estético acreditando
que isso é possível, acaba por gerar uma mancha sem significado.
A fotografia, antes de mais nada é um signo e, portanto, geradora de significados.
“Frente às imagens choque acabamos nos sentindo privados da nossa capacidade de julgar,
visto que o horror está à nossa frente.
Nas imagens-choque tudo já foi feito: alguém já se emocionou por nós,
refletiu por nós, sofreu por nós e julgou por nós.
Não nos resta nada a não ser um débil direito de concordar”.
(Barthes)
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