Em noite de estrelas banais,
atiradas à vala do lugar-comum,
convergimos para o Amor.
E as estrelas não mais eram banais.
Na chama que então surgiu do nada
(contrariando Lavoisier), assamos
nossos corações atravessados
pela seta do Cupido.
(...) Tomado de ardor, emocionado,
chamei-te Julieta; e murmuraste Romeu.
Quantas vezes terão os amantes
de todos os quadrantes agido assim,
enlaçados à beira do ridículo, sem o saber?
Mas ridículos são todos os que amam
quando vistos por quem não ama...
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
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