" A conversação da carta não enviada é sua característica impressionante. Nem a escrita nem o envio são notáveis (com frequência fazemos rascunhos de cartas e as jogamos fora), mas sim o gesto de guardar mensagens quando não temos nenhuma intenção de enviá-la. Ao guardar a carta, nós a estamos enviando de algum modo, afinal. Não estamos abandonando nossa ideia ou rejeitando-a como tola ou desprezível (como fazemos ao rasgar uma carta); ao contrário, estamos lhe dando um voto de confiança extra. estamos, na verdade, dizendo que nossa ideia é preciosa demais para ser confiada ao olhar do destinatário real, que pode não compreender seu valor, de modo que a "enviamos" a seu equivalente na fantasia, em quem podemos confiar completamente para uma leitura compreensiva e apreciativa."
Lacan
Enquanto o caos segue em frente
Há 8 anos
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