domingo, 29 de agosto de 2010

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
Aquele que agradece que haja música na terra.
Aquele que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um xadrez silencioso.
O tipógrafo que compõe tão bem esta página que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
Aquele que agradece a presença na terra de Stevenson.
Aquele que prefere que sejam os outros a ter razão.
Essas pessoas, que se ignoram, vão salvando o mundo.



Jorge Luís Borges

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