Ouve-se sempre esta mesma observação: que a filosofia não faz,
propriamente, nenhum progresso, que os mesmos problemas filosóficos
que já ocupavam os gregos ainda nos ocupam.
Mas os que dizem isto não compreendem a razão pela qual
deve ser assim. Ora, essa razão é que nossa língua permaneceu
idêntica a si mesma e que ela nos desvia sempre para as mesmas
questões. Enquanto houver um verbo "ser" que parecerá funcionar
como funcionam "comer" e "beber", enquanto houver os adjetivos
"idêntico", "verdadeiro", "falso", "possível", (...) os homens sempre
virão tropeçar de novo nas mesmas dificuldades enigmáticas e
contemplar com um ar fixo aquilo que nenhuma
explicação parece capaz de esgotar.
WITTGENSTEIN
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