O tempo minucioso, que na memória é breve,
Foi me furtanfo as formas visíveis deste mundo
Os dias e as noites limaram os perfis
Dessas letras humanas e dos rostos amados;
Em vão interrogaram meus olhos fatigados
As vazias bibliotecas e os vazios atris
O azul e o vermelho são agora cerração
Duas palavras inúteis.
O espelho que miro
É uma coisa cinzenta
No jardim eu aspiro, amigos,
Uma lúgubre rosa da escuridão.
Agora só perduram contornos amarelos,
E só consigo ver para ver pesadelos.
JORGE LUIS BORGES
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