" O estatuto do desenho, no âmbito das artes plásticas, comporta uma
certa ambiguidade. Ele é o alicerce indispensável da pintura, escultura
e arquitetura; aparece como uma técnica de certo modo rudimentar,
dependente, preparatória, a que faltariam os elementos de uma
linguagem plástica autônoma. Mas é essa aparente pobreza intrínseca
do desenho que lhe dá o seu poder de utilização universal
- como se não fosse possível pintar ou esculpir sem saber desenhar;
como se toda e qualquer forma se esboçasse, necessariamente,
nessa grafia primeira que traça o desenho.
Como se no desenho estivesse contido o mistério
do aparecimento e da percepção das formas."
José Gil - "Escritos sobre Arte"
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