Obscuro em face do Sonho
Senão uma grande angústia
Obscura em face da Angústia.
Quem sou eu senão a imponderável
Árvore dentro da noite imóvel,
E cujas presas remontam ao
Mais triste fundo da terra?
A quem respondo senão a ecos,
A soluços, a lamentos de vozes
Que morrem no fundo do meu
Prazer ou do meu tédio.
A quem falo senão a multidões
De símbolos errantes, cuja
Tragédia efêmera
Nenhum espírito imagina?
Vinícius de Moraes
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