«Os povos primitivos não conheciam a necessidade de dividir o tempo em
filigranas. Para os antigos não existiam minutos ou segundos.
Artistas como
Stevenson ou Gauguin fugiram da Europa e aportaram em ilhas onde não
havia relógios. Nem o carteiro nem o telefone apoquentavam Platão.
Virgílio nunca precisou de correr para apanhar um comboio. Descartes
perdeu-se em pensamentos nos canais de Amesterdã.
Hoje, porém,
os nossos movimentos são regidos por frações exatas de tempo.
Até mesmo a vigésima parte de um segundo começa a não mais
ser irrelevante em certas áreas técnicas.»
Paul Valéry - «A Busca da Inteligência»
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