segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se o poeta falar num gato, numa flor,
Num vento que anda por descampados e desvios
E nunca chegou à cidade...
Se falar
Numa esquina mal e mal iluminada...
Numa antiga sacada... num jogo de dominó...
Se falar naqueles obedientes soldadinhos
De chumbo que morriam de verdade...
Se falar na mão decepada no meio
De uma escada de caracol...
Se não falar em nada
E disser simplesmente tralalá...
Que importa?
Todos os poemas são de amor!



MARIO QUINTANA

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