quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A vida que não tive

morre em mim até hoje.

Chega, límpida, pura,

sorri, pálida, foge.

A vida que não tive

salta, viva, de tudo.

Se me sorri nos olhos,

com que ilusão me iludo.

A vida que não tive

é o que há de mim em mim,

chama, orvalho, segredo

do nunca de onde vim.


EMILIO MOURA

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