SONETO DE AGOSTO
Tu me levaste, eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpeendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.
Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.
Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica insonsútil...
E para glória do teu ser mais fraco
Quisera que te vissem, como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.
VINÍCIUS DE MORAES
Enquanto o caos segue em frente
Há 8 anos
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