terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amemos o irregular, o inesperado, o inseguro, o ondulante,

o flexível, o pretensamente frívolo. Permaneçamos curiosos,

e até vivamos por curiosidade. Avancemos algumas vezes a

ignorância e desconfiemos dos pregadores da verdade.

A Verdade maiúscula é o paradigma das nossas ilusões.

Só podemos pretender algumas pequenas verdades de

passagem, rapidamente declaradas, sempre discutidas,

frequentemente esquecidas. Devemos preservar nossa

fragilidade como devemos salvar o inútil. A fragilidade

nos aproxima uns dos outros e o inútil nos permite a

evasão, é a nossa saída de emergência.



Jean Claude Carrière

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