A leitura na perspectiva adotada por Sartre é uma reescritura,
por isso para ele "ler" é se comprometer, porque obriga o
leitor a criar aquilo que o autor descreve. O escritor, por ser
autor de sua obra, não se surpreende com ela. Na visão
sartriana, a obra literátia só vai encontrar sua efetivação no
ato da leitura praticado por outro agente; tal agente é o leitor
previsto pelo escritor desde que esse concebeu sua obra em
pensamento. Assim, todas as obras contêm em si a imagem
do leitor para a qual a obra é destinada - o leitor previsto
pelo escritor faz parte da estratégia discursiva deste.
O autor, através de sua obra, "guia" o leitor, mas para
realizar a tarefa de composição da obra para si, o leitor conta
com a sua cultura no sentido estrito e amplo do termo.
O que cria um clássico e o torna a obra eternamente
contemporânea é a "condição humana" partilhada
entre escritor e leitor.
LU
Enquanto o caos segue em frente
Há 8 anos
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