A filosofia clássica confiava na iluminação, a filosofia contemporânea
descobre a rapidez do raio. Novo estado de conhecimento - e a
celebridade de uma mensagem vale mais que a lucidez de um
pensamento. O mundo da informação toma o lugar do mundo
observado; as coisas conhecidas porque vistas, dão lugar aos
códigos permutados. Ainda nos prendíamos com amarras, cabos
e ancoragens, às próprias coisas pela observação, pela ideia da
clareza, ou da função da intuição. A teoria, por vontade própria,
foi marcada pelo ato d ever e pela fenomenologia das aparências
entregues à perspectiva do olhar. As amarras agora se soltam,
a mensagem torna-se o próprio objeto. O código significa o dado.
Ou antes: a mensagem volta a ser o dado, como durante o que
denomino de a Antiguidade, onde o coletivo se alimentava de
suas relações e de suas mensagens, no desprezo ou esquecimento
dos objetos. A idade da mensagem mata a era teórica.
As ciências exatas consideram os objetos - observam;
as ciências humanas consideram as relações - vigiam.
MICHEL SERRES
Enquanto o caos segue em frente
Há 8 anos
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