domingo, 17 de julho de 2011

Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.

Invoca o fogo, a claridade, a música

dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.

Diz
homem, diz criança, diz estrela,
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.

Volta a dizer:
homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.

Eugénio de Andrade

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