sábado, 29 de março de 2014

Em noite de estrelas banais,

atiradas à vala do lugar-comum,

convergimos para o Amor.

E as estrelas não mais eram banais.

Na chama que então surgiu do nada

(contrariando Lavoisier), assamos

nossos corações atravessados

pela seta do Cupido.

(...) Tomado de ardor, emocionado,

chamei-te Julieta; e murmuraste Romeu.

Quantas vezes terão os amantes

de todos os quadrantes agido assim,

enlaçados à beira do ridículo, sem o saber?

Mas ridículos são todos os que amam

quando vistos por quem não ama...



CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 

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