quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Que sou eu senão um grande sonho

Obscuro em face do Sonho

Senão uma grande angústia

Obscura em face da Angústia.

Quem sou eu senão a imponderável

Árvore dentro da noite imóvel,

E cujas presas remontam ao

Mais triste fundo da terra?

A quem respondo senão a ecos,

A soluços, a lamentos de vozes

Que morrem no fundo do meu

Prazer ou do meu tédio.

A quem falo senão a multidões

De símbolos errantes, cuja

Tragédia efêmera

Nenhum espírito imagina?

Vinícius de Moraes

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