quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nem sempre os sulcos da generosa terra

pagam com juro o que o homem lhes confia.

Nem sempre o vento favorece a nave

no seu rumo inconstante.

Menos prazeres, somados a mais penas

eis a sorte infalível dos amantes.

Que o espírito preparem

para o jugo suportar das muitas

provações a que o amor obriga.

São as lebres do Atos e as bagas sustentadas

pela árvore de Palas de folhagem sombria,

são as conchas da praia e as ovelhas

que pastam no monte Hibla

tão numerosas quantas são as penas

com que o amor castiga.

Os dados que recebem os amantes

estão de fel embebidos.




Ovídio – Arte de Amar

Nenhum comentário:

Postar um comentário