quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sonhei com uma concordância mais íntima, ou com uma

boa vontade mais flexível. A vida era para mim como o

cavalo a cujos movimentos só nos unimos depois de

havê-lo adestrado com perfeição.

Aprendi a transformar as coisas pelas quais tinha

aversão, em objeto de estudo, forçando-me a retirar

dali algum motivo de alegria.

Me forcei a festejar o acaso e a aproveitar o que ele

trazia de inesperado. E foi desta maneira, com uma

mistura de prudência e audácia, de submissão e revolta

cuidadosamente calculadas, que acabei finalmente por

aceitar-me a mim mesmo.

MARGUERITE YOURCENAR - Memórias de Adriano

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