quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Eu havia outrora entrevisto nos Champs Élysées, e depois

compreendi melhor, que, quando estamos enamorados de

uma mulher, projetamos simplesmente nela um estado de

nossa alma; que por conseguinte o importante não é o

valor da mulher, mas a profundidade do estado; e que as

emoções que uma moça medíocre nos dá podem permitir-nos

fazer elevarem-se à consciência algumas partes mais íntimas

de nós mesmos, mais pessoais, mais longínquas, mais

essenciais do que o prazer de conversar com um homem

superior ou mesmo o de contemplar com admiração suas

obras seria capaz de produzir.



Marcel Proust

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