terça-feira, 3 de abril de 2012

O tempo minucioso, que na memória é breve,

Foi me furtanfo as formas visíveis deste mundo

Os dias e as noites limaram os perfis

Dessas letras humanas e dos rostos amados;

Em vão interrogaram meus olhos fatigados

As vazias bibliotecas e os vazios atris

O azul e o vermelho são agora cerração

Duas palavras inúteis.

O espelho que miro

É uma coisa cinzenta

No jardim eu aspiro, amigos,

Uma lúgubre rosa da escuridão.

Agora só perduram contornos amarelos,

E só consigo ver para ver pesadelos.

JORGE LUIS BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário