quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Se eu tenho uma dor, eu não a abandono,

não fujo dela, quero alfabetizá-la,

senão ela corrói as outras lembranças,

adona-se do que não é dela, apossa-se

das alegrias que a antecederam e das

alegrias que estavam por chegar.

Mas há dores analfabetas, arrivistas, que

nos mostram o quanto a própria palavra

pode ser fútil e desnecessária, o quanto

os planos podem nos contrariar, o quanto

somos inexplicavelmente insignificantes.



FABRÍCIO CARPINEJAR

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