segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Texto é toda a escrita de nível artístico, ou não, recheado de conteúdos capazes de desafiar a curiosidade do saber. Segundo Barthes, "texto do prazer seria aquele que enche, satisfaz, contenta e dá euforia". É um texto que se radica na subjetividade do leitor. Entre juízos sociais de valor e preferências de sentido, o livro será bom ou mau. O leitor caminha como caminha por entre a floresta, onde a sombra é boa enquanto o transeunte a procura para fugir do sol e é ruim quando o transeunte foge dela saturado, procurando o sol. Há livros que nascem em nossa cultura. Outros que vêm de outras culturas e nos transmitem dados e informações prazerosas. A capacidade que um leitor tem de atender a vários horizontes de dentro e de fora, tornam o leitor mais maduro em seus juízos de valor. Todo o prazer do texto está nessa vontade de ter um espaço da linguagem onde uma pessoa se encontra apenas com os signos e pode desenvolvê-los navegando em seu imaginário e enriquecendo os dados que lhe são apresentados. O texto é sempre muito mais do que unm diálogo simples. Ele é uma polifonia. Várias vozes, vários sentidos, vários caminhos e viagens múltiplas podemos fazer pelos espaços infinitos da fantasia e da imaginação...O leitor é rei em sua intimidade e em seu prazer...Única testemunha de seus roteiros... "O meu prazer pode tomar a forma de uma excursão", diz Roland Barthes. E o melhor da excursão é quando eu formalmente integrado no todo consigo libertar-me do todo, sem me deixar arrastar, curtindo minhas seduções, minhas visões, minhas experiências... O texto é meu barco de navegação...no social, no indiidual, no inenarrável fantasmagórico, com todos os roteiros de avebntura e de prazer.
Na expressão de Barthes, tanto existe o prazer do texto como o texto do prazer...Duas expressões reversíveis mas ambíguas. Na prática, acho que deverá ser o leitor qu buscará o sentido delas. Ao falarmos de prazer podemos trabalhar com dois elementos que o constituem : o contamento e a fruição. Tem prazer quem sente o contentamento íntimo e quem goza ou frui. Mas quem goza ou frui entra num estado de sensação liminar, de sensação progressiva, de clímax, de sensação globalizante e às vezes, na fruição dos sentidos, de auto-desvanecimento, ou como diria, Barthes, de desfalecimento. "

JOÃO FERREIRA

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