quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ouve-se sempre esta mesma observação: que a filosofia não faz,

propriamente, nenhum progresso, que os mesmos problemas filosóficos

que já ocupavam os gregos ainda nos ocupam.

Mas os que dizem isto não compreendem a razão pela qual

deve ser assim. Ora, essa razão é que nossa língua permaneceu

idêntica a si mesma e que ela nos desvia sempre para as mesmas

questões. Enquanto houver um verbo "ser" que parecerá funcionar

como funcionam "comer" e "beber", enquanto houver os adjetivos

"idêntico", "verdadeiro", "falso", "possível", (...) os homens sempre

virão tropeçar de novo nas mesmas dificuldades enigmáticas e

contemplar com um ar fixo aquilo que nenhuma

explicação parece capaz de esgotar.

WITTGENSTEIN

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