domingo, 7 de março de 2010

Aqui nada há que lembre ascese, espiritualidade
e dever, aqui só nos fala uma opulenta e triunfante
existência, onde tudo o que se faz presente é
divinizado, não importando se seja bom ou mau.
E assim, é possível que o observador fique realmente
surpreendido ante essa fantástica exaltação da vida
e se pergunte com qual filtro mágico no corpo
puderam tais homens exuberantes desfrutar da vida
a ponto de se depararem, para onde quer que
olhassem, com o riso de Helena – a imagem ideal,
“pairando em doce sensualidade”,
da própria existência deles.




Friedrich Nietzsche, O Nascimento da Tragédia

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