terça-feira, 8 de setembro de 2009

O mito de Sísifo foi publicado em 1942 e é, possivelmente, a obra mais

filosófica de Albert Camus. Agora ele problematizará filosoficamente a

vida e refletirá sobre ela. Nesta obra o tema do absurdo aparece em

toda sua plenitude. E será o conceito fundamental para compreender

a existência humana, do homem comum, que quer ser feliz e se interroga.

A lucidez será a atitude essencial deste homem. O livro começa colocando

o único problema fundamental e, verdadeiramente, sério: o suicídio, isto

é, julgar se a vida merece ou não ser vivida. Para o filósofo, todos os

outros problemas vêm depois, como, por exemplo, se o mundo tem três

dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias. Primeiro é preciso

responder àquela pergunta. E acrescenta, com uma dose de ironia:

"nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico.

Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou

dela com a maior tranqüilidade assim que viu sua vida em perigo.

Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira.

Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro,

é-nos profundamente indiferente".

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