quarta-feira, 9 de maio de 2012

Amar a morte

Amar de peito aberto a morte.

Não de esguelha, de frente.
Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.

Amá-la como se ama

uma bela mulher
e inteligente. Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará
com uns e outros
indiferente.

Affonso Romano de Sant'Anna

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